Explore a conexão entre doenças psicossomáticas e os sentimentos, entendendo as causas, sintomas e estratégias de prevenção para promover uma saúde integral.
Introdução:
A saúde humana é um equilíbrio delicado entre o físico, a mente e a alma, uma tríade que se influencia mutuamente. Em nossa jornada diária, as emoções desempenham um papel crucial, disparando reações hormonais que têm impactos palpáveis em nosso bem-estar físico. Quando experienciamos emoções positivas, nosso corpo tende a reagir de maneira a promover a saúde e o vigor; por outro lado, emoções negativas podem levar a respostas fisiológicas que prejudicam nosso estado físico.
Podemos exemplificar essas experiências emocionais através da pesquisa denominada “A Mensagem da Água”, conduzida por Masaru Emoto, que ilustra como as emoções podem influenciar a matéria física, sugerindo que nossos pensamentos e sentimentos podem afetar diretamente nosso ambiente e saúde.
Entrando no campo científico da neurociência, descobrimos como nossas reações emocionais e o estresse podem desencadear respostas físicas tangíveis. Quando enfrentamos estressores, nosso corpo libera uma série de hormônios, como o cortisol e a adrenalina, preparando-nos para a ação. Mas, e quando esse estado de alerta se torna nossa norma?
A neurociência tem fornecido evidências robustas de como o pensamento influencia o cérebro e, por extensão, o corpo, estabelecendo uma ponte entre a mente e a saúde física.
Neste blog, vamos explorar as profundezas das doenças psicossomáticas, condições que surgem na encruzilhada do psicológico com o fisiológico, muitas vezes alimentadas pelo estresse crônico. Também fornecemos a você as possíveis formas de identificar sintomas e causas psicossomáticas.
O que são as doenças psicossomáticas?
A psicossomática (psico=mente, soma=corpo) é considerada uma integração entre os processos biológicos, mentais e físicos, observável ou não, que apresentam reações em todo o corpo (DA SILVA, Jéssica Oliveira et al. 2017). Assim sendo, a comunidade científica reconhece essas doenças como um reflexo da interação entre mente e corpo, onde estresses psicológicos podem resultar em doenças físicas.
Para conhecimento, após a publicação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª Edição (DCS-5), em 2014, que aborda um novo termo para as doenças psicossomáticas, sendo também reconhecida pela comunidade científica como transtorno de sintomas somáticos (TSS). Sendo assim, outra forma de você encontrar o termo na área da saúde, visto que, muitos profissionais preferem utilizar o termo TSS.
A somatização é um fenômeno onde sintomas físicos se apresentam sem uma causa orgânica aparente, sugerindo uma origem emocional. Então, sabe aquele problema de pele ou intestinal que você está tendo, e após você fazer inúmeros exames de laboratório e o seu médico não conseguir te fornecer um diagnóstico de doença preciso? Pois é, esse pode ser um exemplo que você está enfrentando uma doença somática, exemplos incluem a síndrome do pânico e a síndrome do intestino irritável, onde alterações nos neurotransmissores afetam o funcionamento do intestino sem evidência de doença física.
Causas de doenças psicossomáticas
Uma coisa é certa, doenças psicossomáticas não surgem do nada. Elas são o resultado de uma complexa interação entre nossa mente e corpo, onde fatores emocionais e psicológicos desencadeiam ou agravam as condições físicas. De modo geral, podemos citar o estresse prolongado, ansiedade, padrões de pensamentos negativos, depressão e traumas não resolvidos estando na origem dessas condições, causando uma tempestade no sistema hormonal e imunológico do corpo.
Pensa comigo, nosso corpo é formado por sistemas totalmente interligados, desta forma, é correto pensar que o que sentimos gera uma reação que irá percorrer por todas as células do nosso corpo. E desta forma, também podemos afirmar que todo excesso de hormônios liberados na nossa corrente sanguínea afetará todo nosso corpo, e como todo excesso é prejudicial, não podemos esperar menos que isso quando falamos da relação entre saúde mental e física. Cabe pontuar, também, que cada órgão do nosso corpo está mais ligado a uma emoção que outros.
Assim sendo, esses sintomas são intensificados quando nos encontramos em situações desgastantes e/ou de pressão emocional, deste modo, quanto mais estressado estamos, mais fácil fica de surgir doenças psicossomáticas. Cabe destacar que, esse é um processo inconsciente. Por outro lado, ainda existe um grande equívoco popular em relação a esta doença tida como “imaginária”, no entanto, os sintomas físicos são bastante reais e devem ser tratados como qualquer outra doença. Sem dúvidas, não podemos subestimar o que alguém está sentindo e sofrendo.
Sendo assim, vamos pontuar algumas situações significativas em nosso cotidiano que podem contribuir com o desenvolvimento de sintomas somáticos.
Problemas profissionais: pode ser pelo excesso ou pela falta de trabalho, assim como a transição de carreira ou problemas no trabalho mexem com o psicológico de todos nós e são comuns nesses casos;
Traumas e eventos marcantes: os problemas familiares, traumas de infância, perda de alguém especial podem nos deixar mais ansiosos e/ou desmotivados com a vida;
Violência psicológica: caracterizado por abusos e/ou conflitos no relacionamento amoroso, bullying, violência doméstica devem ser considerados;
Ansiedade e tristeza: são sentimentos que muitas pessoas não controlam e desta forma, buscam se isolar ao invés de tratar o problema.
Além disso, é importante prestar atenção no histórico familiar de transtornos de sintomas somáticos ou relacionados à ansiedade e depressão.
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Abaixo deixamos, também, uma tabela de alguns dos principais sintomas que você pode enfrentar, sendo eles psicológicos e físicos.
Fique atento e procure ajuda caso você perceba um conjunto expressivo destes sintomas.
Quais são as doenças psicossomáticas?
Existem diversas doenças psicossomáticas cujas manifestações podem variar significativamente entre as pessoas. É crucial reconhecer que ninguém está imune a essas situações. A seguir, destacamos algumas condições físicas que podem emergir ou se intensificar devido a questões psicológicas:
Sistema Nervoso: inclui sintomas como enxaquecas, dor ocular, dormência, formigamento e imitação de condições neurológicas.
Pele: manifestações como irritações, coceira e outros problemas dermatológicos podem ser desencadeados pelo sistema nervoso.
Músculos e Articulações: caracterizados por dores, tensão e rigidez muscular.
Garganta: inclui inflamação das amígdalas e sensação de aperto, similar ao sentimento de ter a garganta fechada.
Sistema Circulatório: sintomas podem incluir dor no peito, palpitações, hipertensão e sintomas similares aos de um ataque cardíaco.
Sistema Respiratório: engloba dificuldades respiratórias e sensação de asfixia.
Estômago: manifestações como dor, ardência, náuseas, gastrite e úlceras gástricas.
Intestino: problemas como constipação ou diarreia, típicos da Síndrome do Intestino Irritável.
Sistema Urinário: dor ao urinar e outras condições urológicas.
Saúde Sexual: inclui redução da libido, alterações menstruais, disfunção erétil e dificuldades de fertilidade.
Importante notar que a interação entre mente e corpo é uma via de mão dupla, onde um pode afetar significativamente o outro. Por isso, observa-se uma maior prevalência de doenças psicossomáticas em pacientes com condições como fibromialgia, síndrome do intestino irritável e síndrome da fadiga crônica. Nesses grupos, a incidência de Transtorno de Sintomas Somáticos, conforme critérios do DSM-5, varia entre 25% e 60%.
Diagnóstico e tratamento de doenças psicossomáticas
O diagnóstico dessas condições pode ser desafiador, exigindo uma abordagem holística que considere tanto a saúde mental quanto física. Isso significa que não existe um procedimento específico para a detecção de condições psicossomáticas. No entanto, a abordagem mais eficaz envolve a aplicação de questionários clínicos minuciosos.
Por outro lado, a ausência de um diagnóstico claro pode impactar negativamente no bem-estar dos indivíduos afetados, resultando em redução da produtividade, realização de tarefas com menor eficácia, aumento do absenteísmo, declínio na motivação, negligência com o autocuidado.
Portanto, se após consultar um médico seus problemas persistirem sem solução, pode ser indicativo de uma condição somática, uma vez que distúrbios psicológicos nem sempre reagem satisfatoriamente a tratamentos convencionais. Em geral, a abordagem terapêutica pode incluir terapia psicológica, medicamentos, técnicas de relaxamento e mudanças no estilo de vida.
Estratégias de prevenção de doenças psicossomáticas
Prevenir doenças psicossomáticas envolve gerenciar eficazmente o estresse, cultivar resiliência emocional, manter um estilo de vida saudável e buscar suporte social e profissional quando necessário. Desta forma, trazemos aqui práticas e estratégias que podem auxiliar no controle dos fatores estressores e fortalecer sua saúde emocional e minimizar o risco de problemas psicossomáticos.
Desenvolva autoconhecimento: Entender seus pontos fracos e fortes permite um melhor manejo das emoções;
Cultive inteligência emocional: Aumentar sua capacidade de enfrentar adversidades sem permitir que perturbações comuns afetem seu dia a dia;
Forje sua própria identidade: Superar traumas passados é essencial para evoluir. A terapia e a autoanálise pode ser uma ferramenta valiosa nesse processo de transformação pessoal;
Esteja atento às causas dos seus sintomas: Algumas dores físicas podem ser reflexo de emoções não expressas, como uma dor de garganta que simboliza palavras não ditas, uma forma de liberar esse sentimento é por meio da escrita terapêutica;
Priorize seu bem-estar: Frequentemente nos colocamos em segundo plano. Lembre-se de que cuidar de si mesmo é tão importante quanto cuidar dos outros, pratique atividades físicas, leitura e boas relações.
Pratique o perdão: Libertar-se de ressentimentos e mágoas é fundamental para sua saúde emocional. Perdoar a si mesmo e aos outros traz alívio e paz interior;
Aprenda a controlar sua respiração: Técnicas de respiração podem ser extremamente benéficas na prevenção de condições somáticas, como meditação, respiração consciente e mindfulness.
Procure suporte especializado: Diante de desafios emocionais complexos, o auxílio de um profissional qualificado pode ser crucial. Buscar ajuda profissional é um ato de coragem, não de fraqueza;
Lembre-se, a terapia não apenas é benéfica, mas pode ser transformadora, melhorando significativamente tanto a saúde mental quanto física, levando a um estado de maior equilíbrio e bem-estar.
Conclusão:
As doenças psicossomáticas são um lembrete poderoso da conexão inseparável entre mente e corpo. Então, ao entender essa relação e adotar estratégias para gerenciar o estresse e promover a saúde emocional, podemos proteger não apenas nossa saúde mental, mas também nossa saúde física.
Desta forma, investir em desenvolvimento humano, por meio de cursos e práticas que promovam o autoconhecimento e o bem-estar emocional, é fundamental. Que este blog sirva como um ponto de partida para sua jornada rumo a uma vida mais saudável e equilibrada, onde mente e corpo trabalham juntos em harmonia.
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Nós da Faculdade Terceira Visão somos gratos por ter você aqui conosco e fazer parte da sua evolução e transformação.
Referências
DA SILVA, Jéssica Oliveira et al. A correlação existente entre o estresse no ambiente de trabalho e doenças psicossomáticas. Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente, v. 8, n. 2, p. 177-191, 2017.
Doenças psicossomáticas: o que é, quais os tipos, sintomas e tratamento? Zenklub, 2020. Disponível em:https://zenklub.com.br/blog/para-voce/doencas-psicossomaticas/ Acesso em: 13/02/2024
MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS 5ª EDIÇÃO DSM-5. Instituto Pernambucano de Bioética e Biodireito. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.institutopebioetica.com.br/documentos/manual-diagnostico-e-estatistico-de-transtornos-mentais-dsm-5.pdf Acesso em: 13/02/2024
