Nos últimos anos, a saúde mental tem ganhado destaque no debate público, especialmente diante dos desafios impostos pelo estilo de vida moderno. Este artigo visa explorar os aspectos cruciais da saúde mental, desde seus pilares fundamentais até a realidade do crescente número de doenças psicossomáticas no Brasil.
Introdução
Para falar sobre saúde mental atualmente é necessário entrar em alguns fatores que influenciam esse setor da saúde. Desta forma, buscando entender e identificar as causas de danos e desafios que enfrentamos em nossas rotinas e como essa realidade pode se tornar uma oportunidade para terapeutas. Também abordaremos aqui termos recorrentes no nosso cotidiano como ESTRESSE e ANSIEDADE relacionados com a saúde mental e inteligência emocional.
Hans Selye, em 1936, criou o termo “estresse” no contexto da saúde, onde se referia à reação geral e não específica do corpo a situações de estresse. Esse termo descreveu tanto a reação do organismo quanto a própria situação que causa o estresse. Entende-se que a reação ao estresse é uma interação entre as características individuais e as exigências do ambiente no qual a pessoa está inserida, envolvendo ainda a sua capacidade de resposta em relação à situação.
Os aspectos envolvidos nesta resposta são cognitivos, comportamentais e fisiológicos que facilitam a compreensão da situação e a busca por soluções mais adequadas, e também de preparar o corpo para uma ação eficaz e rápida. Por outro lado, quando há excesso desta resposta, pode resultar desordens psicológicas, que ao longo do tempo levam a diversas manifestações, como sintomas de ansiedade, depressão ou até transtornos específicos.
Assim sendo, a saúde emocional é um aspecto essencial do bem-estar geral, englobando a capacidade de reconhecer, compreender e gerir eficazmente as próprias emoções. Diante disso, uma saúde emocional sólida permite que as pessoas enfrentem desafios, construam relacionamentos fortes e tomem decisões conscientes, contribuindo para uma sensação de satisfação e equilíbrio na vida.
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Por outro lado, a saúde mental não se limita apenas à ausência de distúrbios emocionais ou psicológicos; ela abrange também a presença de atributos positivos como autoestima elevada, capacidade de adaptação e resiliência emocional. O equilíbrio emocional é crucial para a saúde mental e física, influenciando como lidamos com o estresse, interagimos com os outros e encaramos as adversidades da vida.
Os Três Pilares da Saúde Mental
Os três pilares da saúde mental são uma abordagem holística que visa promover o bem-estar psicológico e emocional das pessoas. Essa perspectiva reconhece que a saúde mental não se resume apenas à ausência de doenças mentais, mas também à promoção de uma vida equilibrada e significativa.
Esses pilares são fundamentais para alcançar um estado de bem-estar psicológico e incluem fatores emocionais, sociais e psicológicos.
Bem-estar Emocional: A capacidade de gerenciar efetivamente as emoções e expressar sentimentos de forma adequada.
Resiliência Psicológica: A habilidade de se adaptar a situações adversas, superar desafios e recuperar-se de experiências negativas.
Equilíbrio Social: Envolve a construção de relacionamentos saudáveis e a interação positiva com a comunidade e a sociedade.
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A Influência dos Hormônios na Saúde Emocional
A influência dos hormônios na saúde emocional é um aspecto crucial do funcionamento do nosso corpo e mente. Os hormônios desempenham um papel significativo na regulação das emoções e do bem-estar psicológico de várias maneiras.
Hormônios do Estresse (Cortisol e Adrenalina): Quando enfrentamos situações estressantes, nosso corpo libera hormônios do estresse, como o cortisol e a adrenalina. Esses hormônios preparam o corpo para a “luta ou fuga”. No entanto, exposição crônica ao estresse pode levar a níveis elevados de cortisol, o que pode contribuir para problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.
Hormônios do Bem-Estar (Endorfinas e Serotonina): Hormônios como as endorfinas e a serotonina estão associados a sentimentos de felicidade e bem-estar. A prática regular de atividades físicas, o contato social e experiências positivas podem aumentar a liberação desses hormônios, contribuindo para uma melhor saúde emocional.
Hormônios Sexuais (Estrogênio e Progesterona): Nos ciclos menstruais das mulheres, as flutuações nos níveis de estrogênio e progesterona podem afetar o humor e as emoções. Muitas mulheres relatam variações no estado emocional durante o ciclo menstrual devido a essas mudanças hormonais.
Hormônios da Tireoide: A tireoide regula o metabolismo e a função cerebral, e problemas na glândula tireoide podem afetar o humor. Tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo podem estar associados a sintomas emocionais, como depressão, ansiedade e irritabilidade.
Hormônios da Puberdade e Menopausa: Durante a puberdade e a menopausa, ocorrem grandes flutuações hormonais que podem afetar a saúde emocional. Adolescentes podem enfrentar desafios emocionais devido a essas mudanças hormonais, e mulheres na menopausa podem experimentar sintomas de depressão e ansiedade relacionados à diminuição dos hormônios sexuais.
Desta forma, é importante destacar que a relação entre hormônios e saúde emocional é complexa e individualizada. Sendo assim, as respostas hormonais podem variar de pessoa para pessoa e ao longo da vida. Ter um estilo de vida saudável, buscar ajuda profissional quando necessário e adotar estratégias de gerenciamento do estresse são maneiras de promover uma saúde emocional equilibrada, mesmo quando enfrentamos desafios hormonais.
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Hábitos que Auxiliam na Saúde Emocional
Hábitos saudáveis desempenham um papel fundamental na promoção da saúde emocional. Cultivar práticas que nutrem a mente e o bem-estar psicológico é essencial para lidar com o estresse, melhorar o humor e construir resiliência emocional. Vamos explorar alguns hábitos que podem auxiliar na saúde emocional:
1. Exercício Físico Regular: O exercício ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade, melhorando a saúde mental a longo prazo.
2. Alimentação Equilibrada: Uma dieta saudável, rica em nutrientes, pode afetar positivamente o funcionamento do cérebro e o equilíbrio emocional.
3. Sono Adequado: O sono desempenha um papel crucial na regulação das emoções e na capacidade de lidar com o estresse.
4. Meditação e Mindfulness: Elas ensinam a estar presente no momento atual, aliviando preocupações futuras ou remorsos passados.
5. Estabelecer Relações Sociais: Relações interpessoais significativas oferecem suporte emocional, senso de pertencimento e oportunidades para compartilhar sentimentos.
6. Definir Metas Realistas: Conquistar pequenas vitórias ao longo do caminho pode melhorar a motivação e o ânimo.
7. Busca por Ajuda Profissional: Não hesite em buscar ajuda quando necessário, pois isso pode fazer uma diferença significativa na sua saúde emocional.
8. Autoconhecimento: Praticar a autoanálise e a reflexão sobre suas emoções, pensamentos e comportamentos pode ajudá-lo a compreender melhor a si.
9. Administração do Estresse: Aprender técnicas eficazes de gerenciamento do estresse, como a respiração profunda, o relaxamento muscular progressivo e a organização das tarefas, pode ajudar a lidar melhor com as pressões da vida cotidiana.
A saúde emocional não é um estado fixo, e a manutenção dela requer esforço contínuo e atenção aos hábitos e práticas que a promovem.
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A Realidade da Saúde Emocional: Ansiedade e Burnout
As pressões do cotidiano moderno, especialmente no ambiente de trabalho, têm contribuído para o aumento de casos de ansiedade e burnout. Esses desafios destacam a importância de práticas de autocuidado e suporte profissional.
A ansiedade é caracterizada por um sentimento complexo que envolve simultaneamente medo, inquietude, apreensão e pensamentos recorrentes sobre o futuro, que podem levar a irritabilidade, alterações de comportamento e até sensações de tristeza (BENETON E, et al.,2021 apud NASCIMENTO et al., 2022).
Já a Síndrome de Burnout é um estado de esgotamento físico e emocional decorrente do estresse crônico relacionado ao trabalho. É uma condição que afeta profissionais em várias áreas e pode ter impactos significativos na saúde e no bem-estar das pessoas. O termo “burnout” foi originalmente criado pelo psicólogo americano Herbert Freudenberger na década de 1970 e descreve uma sensação de exaustão profunda e desmotivação.
Os principais sintomas da síndrome de burnout incluem:
1. Exaustão Emocional: Sentimento persistente de esgotamento emocional, com perda de energia e capacidade de lidar com as demandas do trabalho e da vida cotidiana.
2. Despersonalização: Atitudes negativas e cínicas em relação ao trabalho, colegas e clientes/pacientes. A pessoa pode começar a se distanciar emocionalmente das pessoas com as quais interage no trabalho.
3. Diminuição do Desempenho Profissional: Queda acentuada no desempenho no trabalho, dificuldade em se concentrar, cometer erros frequentes e falta de motivação para cumprir as responsabilidades laborais.
Crescimento de Doenças Psicossomáticas no Brasil
O crescimento das doenças psicossomáticas no Brasil é um fenômeno preocupante que tem sido observado nas últimas décadas. As doenças psicossomáticas são condições físicas que têm origem ou são agravadas por fatores emocionais e psicológicos.
Elas refletem a complexa interação entre a mente e o corpo, e seu aumento no país é resultado de diversos fatores. Alguns exemplos de doenças psicossomáticas são: Síndrome do Intestino Irritável (SII), Enxaqueca, Úlceras Gástricas, Psoríase, Asma, Dermatite Atópica, Dor Crônica, Sintomas Somáticos.
É importante ressaltar que as doenças psicossomáticas não são “imaginárias” ou “inventadas”. Elas envolvem reações físicas genuínas a fatores emocionais e psicológicos. O tratamento das doenças psicossomáticas geralmente envolve abordar tanto os aspectos físicos quanto os emocionais. Cabe ressaltar que em caso de você observar sintomas de doenças físicas ou psicossomáticas procure ajuda de um profissional.
Oportunidades para Profissionais da área da Saúde Emocional
Diante desse cenário, surge uma demanda crescente por profissionais qualificados com abordagens integrativas e complementares. Visto isso, profissionais com abordagens holísticas, que consideram não apenas a mente, mas corpo e ambiente social, tendem a se destacar no mercado de trabalho.
A Psicanálise Integrativa e Sistêmica é uma abordagem terapêutica que conta com o apoio de outras abordagens de forma complementar. Ela visa compreender o cliente de forma holística e sistêmica, integrando elementos complementares à análise, como terapias naturais, acolhimento espiritual e reconexão sistêmica familiar. Assim, você pode escolher a abordagem que mais se adapta ao seu momento de vida, à sua receptividade e aos seus objetivos.
Conclusão
A saúde mental é um campo em expansão, com crescente reconhecimento da sua importância. Convidamos profissionais da área da saúde e interessados em especializar-se em Psicanálise Integrativa e Sistêmica a explorar essa oportunidade, contribuindo para o bem-estar da população e para o avanço do campo da saúde mental no Brasil. Junte-se a nós nessa jornada de transformação e impacto social.
Referência
- MARGIS, Regina et al. Relação entre estressores, estresse e ansiedade. Revista de psiquiatria do Rio Grande do Sul, v. 25, p. 65-74, 2003.
- NASCIMENTO, Antonio Gustavo et al. Os impactos do estresse e ansiedade na imunidade: uma revisão narrativa. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 15, n. 12, p. e11330-e11330, 2022.